Versões da Bíblia
Rev. Ronald Hanko
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Revisão: ThiagoToledo Soares
Tem havido uma tamanha proliferação de versões da Bíblia,
especialmente nos tempos recentes, que dificilmente alguém reconhece a Palavra
de Deus quando esta é lida. Essa produção constante de novas versões não é sem
importância. Se a Escritura é de fato a Palavra toda suficiente e inspirada de
Deus, é muito importante que usemos uma boa versão da Bíblia.
Antes de recomendar uma versão particular, deixe-nos
observar que a proliferação de versões modernas é uma das formas nas quais a
Bíblia tem sido eficazmente retirada do povo de Deus. Porque tantas versões
diferentes estão em uso, uma passagem pode não mais soar familiar quando é citada
ou pregada. Nem as crianças aprendem e memorizam facilmente a Escritura, visto
que estão sendo ensinadas a partir de muitas versões diferentes. Elas ouvem uma
versão em casa, outra na escola, e ainda outra na igreja, e mais outras nas
confraternizações e estudos bíblicos, e acabam não se lembrando de nenhuma.
É também impressionante que as muitas e variadas versões
apareceram numa era de modernismo, apostasia e dúvida, não durante um tempo
quando a igreja era forte e fiel à Palavra de Deus. Isso, em si mesmo, é uma
boa razão para suspeitar dessas versões. Muitas delas, na verdade, não são
verdadeiras traduções de forma alguma, mas paráfrases, tais como a Nova Bíblia
Viva ou uma mistura de traduções e paráfrases, tal como a NVI.
Nesse momento, é provavelmente óbvio para muitos que recomendaríamos
apenas a Almeida Corrigida e Fiel (ACF),
que é chamada a Versão Autorizada na Grã-Bretanha.
Recomendaríamos tal versão por muitas razões, sendo a mais importante que ela é
uma tradução acurada e fiel das Escrituras hebraica e grega. Isso é tão verdade
que o português da ACF de sec. XVII não é na verdade o português dos anos 1600,
como é algumas vezes acusado, mas o “português bíblico”, o resultado dos
esforços dos tradutores para serem fiéis tanto quanto possível ao original
grego e hebraico. Um exemplo de tradução acurada na ACF é sua prática de
colocar em itálicos todas as palavras que não são encontradas no original
grego ou hebraico.
Em defesa da ACF, não é verdade que as versões modernas
são baseadas em manuscritos melhores desconhecidos pelos tradutores da ACF. Eles
conheciam outros manuscritos, embora não tivessem todos aqueles que foram
descobertos desde então. Esses outros manuscritos, embora alguns deles fossem
bem antigos, eram muito corrompidos também, tendo neles milhares de mudanças e
omissões importantes. A maioria dos manuscritos (80-90%), contudo, apóia o que
é algumas vezes chamado de “Texto Recebido”, o texto sobre o qual a ACF é
baseado.
A necessidade de uma boa, fiel e acurada tradução como a ACF
é expressa nas palavras de seus tradutores: “Tradução é aquilo que abre a
janela, para deixar a luz entrar; que quebra a concha, para que possamos comer
o núcleo; que puxa a cortina, para que possamos entrar no lugar santo; que remove
a tampa do poço, para que possamos obter água”.
Sejamos, então, fiéis à Palavra de Deus como ele em sua
providência e graça no-la deu, e que não fiquemos satisfeitos com nada menos
que a Palavra de Deus.
Fonte (original): Doctrine according to
Godliness,
Ronald Hanko, Reformed Free
Publishing
Association, p. 26-27.
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