Confissão de Fé e Doutrina



Manual Prático Doutrinário da Igreja Batista Plenitude de Jaú

Parte I – DEFINIÇÃO E OBJETIVO


Devido o expressivo surgimento de diversas denominações cristãs e outras seitas sincréticas na atualidade, fez-se necessário registrar nesse manual as declarações de fé e conduta, usos e costumes adotados pela Igreja Batista Plenitude de Jaú que nos distinguem do neoevangelicalismo contemporâneo.
O foco desse trabalho é mostrar de forma prática àqueles que pretendem ingressar em nossa comunhão qual é a nossa identidade como Igreja.
Esse material não tem a menor pretensão de se equiparar a Bíblia Sagrada no que tange à autoridade como regra de fé e prática, mas apenas sintetizar a interpretação que se dá das leis, preceitos e estatutos contidos nela do ponto de vista da Igreja Batista Plenitude de Jaú.


Parte II – DENOMINAÇÃO

O Nome – Igreja Batista Plenitude

Igreja - porque somos uma congregação local e autônoma formada por pessoas crentes em Jesus Cristo, reunidos com o propósito comum de adorar a Deus e prestar-lhe culto, estudar a Bíblia Sagrada, viver a experiência da comunhão e do serviço mútuo.
 Batista – porque praticamos o batismo por imersão e exclusivamente de crentes regenerados como um ato de publica profissão de fé, voluntária e consciente, devendo por tanto ser feito somente por aqueles que livremente atendem ao chamado de Jesus a Salvação.
Plenitude – Porque cremos que fomos salvos com a plenitude da Graça de Deus, temos recebido a plenitude Espírito Santo pelo qual formamos um corpo, somos capacitados para pregarmos a plenitude do Evangelho em todo mundo e vivermos a plenitude da Vida.

Nosso Logotipo

O logotipo da Igreja Batista Plenitude de Jaú leva em si a função de imprimir pela linguagem visual o conceito básico de nossas crenças, nossa visão e nosso caráter como Igreja.
O Livro – representa a Bíblia Sagrada, nossa única e suficiente regra de fé e prática, incontestável e completa fonte de doutrina, sem a qual não poderíamos tomar ciência do pecado e da necessidade de arrependimento para a salvação. Ele também simboliza Jesus, o Verbo Vivo.
A Fita Demarcadora – colocada do lado direito, assinalando o Novo Testamento, representa o presente tempo em que vivemos na dispensação da Graça de Deus.
A Chama – descrita na Bíblia como a forma visível pela qual o Espírito Santo foi visto ao descer sobre os discípulos no dia de pentecostes, representa a virtude do Espírito Santo que nos capacita para sermos testemunhas fieis do Evangelho de Jesus Cristo. Ela representa também a luz da Igreja em meio às trevas do presente século.
O Nome da Igreja – colocado em formato semicircular lembrando o sol nascente simboliza nossa peregrinação sobre a terra buscando aperfeiçoamento diário, como o romper da alva que vai surgindo até se tornar dia perfeito.

Nosso Lema

Anunciando Novas de Salvação É o nosso dever como Igreja militante anunciar o Evangelho, as boas novas de salvação. Todo crente em Jesus Cristo é uma testemunha e também um embaixador do Reino de Deus responsável por propagar individual e coletivamente a mensagem do Evangelho pelo mundo.


Parte III – PRINCÍPIOS BATISTAS

Os batistas se distinguiram através da história dos demais grupos protestantes por se colocarem na vanguarda de vários aspectos doutrinários, entre eles destacamos: a suficiência da Bíblia como autoridade doutrinária; a separação entre Igreja e Estado; o respeito à liberdade de consciência e a prática do credo-batismo.

A Autoridade da Bíblia

Temos na Bíblia a nossa única regra de fé e prática. Os batistas creem na inspiração total das escrituras, na sua inerrância e preservação através dos séculos. Não se obrigam a subscrever nenhuma outra literatura, credos ou catecismos paralelos as Escrituras.

Separação entre Igreja e Estado

Defendemos a necessidade da separação entre Igreja e Estado, pois o único soberano com direito a exercer governo sobre a Igreja é Jesus Cristo, seu Rei e Senhor. Somos favoráveis à laicidade do Estado de forma que assegure a seus cidadãos a igual liberdade à manifestação de crença religiosa, e do ceticismo.

Liberdade de Consciência

Reconhecemos ser inalienável a liberdade de consciência e de religião de todas as pessoas. Todo homem é livre para aceitar ou rejeitar a religião, escolher ou mudar sua crença, propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando os direitos e convicções alheias. Cultuar a Deus tanto particular quanto publicamente, convidar outros a participarem nos cultos e atividades de sua religião e contribuir liberalmente com seus bens e talentos para a realização de sua missão. Tal liberdade não é um privilégio para ser concedido, proibido ou tolerado pelo Estado, ou outra organização qualquer, mas é um direito conferido por Deus.

Credo Batismo

Os Batistas se caracterizaram desde o princípio de sua história por aceitarem como membros ativos de suas congregações, somente crentes confessos e regenerados, os quais eram batizados sempre por imersão em publica profissão de fé.
Não praticamos o batismo-infantil nos recém-nascidos, pois cremos que os tais não tem consciência da culpa pelo pecado, da necessidade de arrependimento, da salvação e do juízo de Deus.
Rebatizamos todos os crentes oriundos de outras denominações que praticam o batismo-infantil, batismo por procuração, ou mesmo o credo batismo feito, porém por aspersão ou efusão, daí deriva a designação “batista” que muitos supõem ser uma forma simplificada do termo “anabatista”, que significa “aquele que batiza de novo”.


Parte IV – DECLARAÇÃO DE FÉ

O Deus Verdadeiro

Cremos em um único Deus1 completamente Santo2, Justo3, Fiel4 e Verdadeiro5, que é o único digno de adoração, louvor e culto6. O Deus Onipotente7, Onipresente8 e Onisciente9, que existe eternamente nas três pessoas da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo10. Seus atributos pessoais são exclusivos de sua natureza11. Deus não foi criado, sendo ele próprio a causa da sua existência12. Todas as coisas estão sob seu controle segundo sua soberana vontade13.
1- Dt. 32: 39; 2- Is. 6: 3; 3- Sl. 92: 15; 4- II Tm. 2: 13; 5- Nm. 23: 19; 6- Lc. 4: 8 ; 7- Jó 42: 2; 8- Sl. 139: 7; 9- Jr. 23: 24; 10- I Jo. 5: 7; 11- Dt. 33: 26; 12- Is. 43: 13; 13- Mt. 10: 29.

Deus, o Pai

Deus, como único Criador, manifesta-se como um Pai para a Criação. Historicamente ele se revelou primeiro como Pai ao povo de Israel, o qual elegeu segundo os propósitos de sua graça1. Ele é Pai de nosso Senhor Jesus Cristo2, a quem enviou a este mundo para salvar os pecadores e deles fazer filhos por adoção3. Aqueles que aceitam a Jesus Cristo e nele creem são feitos filhos de Deus4, nascidos pelo seu Espírito5, e assim, passam a tê-lo como Pai celestial, dele recebendo cuidado6 e disciplina7.
1- Is. 41:8; 2- II Co. 1: 3; 3- Ef. 1: 5; 4- Jo. 1: 12; 5- Rm. 8: 15; 6- Sl. 103: 13 7- Hb. 12: 6-7.

Deus, o Filho

Deus se manifestou ao homem como o Filho1 encarnado na pessoa de Jesus de Nazaré2, nosso Senhor e Salvador. Ele é o Verbo Vivo de Deus que deu origem a toda criação3. Ele Existe com o Pai de eternidade em eternidade4, no passado como o Verbo e agora como Jesus Cristo Homem, sendo ele mesmo o único mediador entre Deus e o homem5. Ele se deu na cruz como sacrifício completo e final pelo pecado6. Como nosso Senhor ressurreto vive para todo sempre a fim de interceder por nós junto ao Pai7 até o dia em que virá segunda vez em sua glória8 e Seu Reino futuro não terá fim9.
1- Jo. 14: 9; 2- Cl.1: 13-15; 3- Jo. 1: 1-3; 4- Ap. 1: 8 5- I Tm. 2: 5; 6- Hb. 9: 28; 7- Hb. 7: 25; 8- At. 1: 10-11; 9- Ap. 11: 15.

Deus, o Espírito Santo

Cremos em Deus, o Espírito Santo, o Consolador1 responsável pela regeneração, ou seja, o novo nascimento espiritual2. Ele foi enviado pelo Pai a pedido do Filho3. Sem a ação do Espírito Santo não há arrependimento para a remissão de pecados, pois Ele é quem convence o homem do pecado e instrui o crente na verdade e justiça4. Ele vive nos crentes e capacita-os para o testemunho5 e o serviço, dando-lhes dons espirituais6. O Espírito Santo moveu os reis, juízes, sacerdotes, profetas e os apóstolos de Jesus Cristo para escreverem as Sagradas Escrituras7. Ele garante a salvação alcançada por Jesus8 nos selando para o dia da redenção9.
1- Jo. 14: 16; 2- Tt. 3:5; 3- Jo. 15: 26; 4- Jo.16: 7-8; 5- At. 1: 8; 6- I Co. 12: 7; 7- II Pe. 1: 21; 8- Ef. 1: 13-14; 9- Ef. 4: 30.

A Bíblia Sagrada

A Bíblia Sagrada é a inerrante Palavra de Deus1. Ela foi dada por Deus através de homens santos que escreveram movidos pelo Espírito Santo para nos ensinar, corrigir e instruir em justiça2.
Cremos na segura preservação do texto bíblico através dos séculos3.
É um dever do cristão de estudar a Bíblia, com mente aberta e com caráter reverente4, buscando o sentido de sua mensagem, através de investigação5 e oração, gerindo a vida sob a sua disciplina e instrução6.
Sendo nossa exclusiva regra de fé e conduta, aceitamos que seu o cânon é formado dos sessenta e seis livros, de Gênesis a Apocalipse, sendo aceitos como seus originais apenas os textos tradicionais, Massorético para o Antigo Testamento e Textus Receptus para o Novo Testamento. Aconselhamos para culto público e para o estudo bíblico o uso de traduções feitas a partir desses originais em equivalência formal.
1- II Sm. 22: 31; 2- IITm. 3: 16; 3- Lc. 21: 33; 4- Sl. 1: 2; 5- Jo. 5: 39; 6- Js. 1: 8.

A Criação

Cremos ter Deus trazido à existência todas as coisas visíveis e invisíveis a partir do nada1. Reconhecemos o relato da criação no Gênesis como literal e não alegórico ou figurado2. A criação não foi resultado de uma mudança evolucionária das espécies ou de desenvolvimento de intermináveis períodos de tempos de formas mais simples para mais complexas. Toda vida animal e vegetal foi feita diretamente por ordem de Deus segundo suas espécies3.
1- Hb. 11: 3; 2- Ex. 20: 6; 3- Gn.1

A Humanidade

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus1 e é a obra mais nobre de toda a criação2. Os seres humanos têm responsabilidades morais3 e foram criados para gozar de comunhão com Deus e com os demais semelhantes4.
1- Gn. 1: 27; 2- Sl. 8: 4-5; 3- Gn. 2: 15-20; 4- Gn. 3:8.

A Depravação

Cremos que o homem foi criado em santidade, sob a lei de Deus1, mas caiu desse estado santo e feliz, por violação voluntária das recomendações de Deus2, em decorrência disso toda a humanidade tornou-se pecadora3, não por coibição, mas de livre escolha, sendo por natureza destituída inteiramente da santidade que a lei de Deus requer4, e inclinada à prática do mal5, estando, sem defesa, condenada com justiça à perdição eterna6.
1- Gn. 2: 15-17; 2- Gn. 3: 6-7; 3- Rm. 5: 12; 4- Rm. 3: 23; 5- Sl. 14: 3; 6- Jo. 3: 18-19.

A Salvação

A Salvação é a expressão máxima do amor de Deus na redenção por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo1, e só é recebida gratuitamente, por fé2. Cremos que todos os que se arrependem do pecado e recebem a Cristo como Salvador, não serão punidos no juízo final, mas gozarão da vida eterna com Deus3.
1- Rm. 5: 8; 2- Ef. 2:8; 3- Jo. 5: 24.

A Eleição

Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas para a vida eterna1, não por algum mérito, mas segundo a riqueza da sua graça. Desde a fundação do mundo, Deus, no exercício da sua soberania divina e à luz de sua presciência2, conheceu, predestinou, chamou, justificou e glorificou3 aqueles que, no decorrer dos tempos, receberiam livremente o dom da salvação4. A eleição está em perfeita harmonia com a responsabilidade humana.
1- Ef. 1: 4; 2- I Pe. 1: 2; 3- Rm. 8: 29-30 4- At. 2: 41.

A Graça

A Graça é o imerecido favor de Deus, a provisão misericordiosa do Pai para a condição do homem perdido e espiritualmente morto1. Devido à sua natureza impura, o homem não pode salvar-se a si mesmo2. A salvação não é o resultado dos méritos humanos3, antes decorre do propósito e da iniciativa divina4. A redenção do pecado é o presente de Deus através de Jesus Cristo, condicionada, apenas, pelo arrependimento em relação a Deus e pela fé em Jesus Cristo5.
1- Rm. 3: 24; 2- Jr. 2:22; 3- Ef. 2: 8-9 cf. Tt. 3: 5; 4- Fl. 2: 13; 5- Rm. 6: 23b.

Arrependimento e Fé

Cremos que o arrependimento e a fé são obrigações solenes e também graças inseparáveis1 operadas em nossas almas por obra do Espírito Santo2, pelas quais, sendo francamente convictos de nossa culpa, nos voltamos para Deus em aberta confissão, recebendo e professando a Jesus Cristo como único Senhor e suficiente Salvador3.
1- Mc. 1:15; 2- Jo. 16: 8; 3- Rm. 10: 10.

A Segurança dos Salvos

A salvação, que vem através da graça, pela fé une definitivamente o homem com Deus em Cristo1, e se evidencia por uma vida de santificação e boas obras2. A mesma graça, por meio da qual a pessoa alcança a salvação, dá a segurança do perdão contínuo de Deus3 e de seu auxílio na vida cristã4. Nada pode nos separar do amor redentor de Deus em Cristo Jesus5. Todos os crentes verdadeiros estão selados por Deus, com Espírito Santo6 que é o penhor da salvação7 e de maneira nenhuma serão lançados fora dessa graça8. A Salvação do crente é um dom imperecível.
1- Jo. 10: 28; 2- Gl. 5: 22; 3- I Jo. 1: 9; 4- Rm. 8: 28; 5- Rm. 8: 39; 6- Ef. 4: 30; 7- Ef. 1: 13-14; 8- Jo. 6: 37.

A Santificação

O Cristão em novidade de vida não vive mais a sua própria vontade, mas a de Cristo1. A fé é seu estímulo e o meio pelo qual se dão todos os seus relacionamentos sociais, familiares e religiosos2. O pecado na vida do crente é uma exceção3, embora ainda peque, por causa da natureza humana, Deus o leva à tristeza pelo pecado, para o arrependimento4. Quem é selado com o Espírito Santo não peca deliberadamente, mas persevera na doutrina, na comunhão, nas orações5 e na santificação6.
1- Gl. 2: 20; 2- Hb. 10: 38; 3- I Jo. 5: 18; 4- II Co. 7: 10; 5- At. 2: 42; 6- Hb. 12: 14.

A Vida Eterna

O Senhor Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos e vive eternamente ao lado do Pai para interceder pelos crentes. A vida eterna inicia-se no conhecimento do evangelho através da fé em Jesus Cristo1. Através de sua morte e ressurreição o cristão recebe o dom da ressurreição do corpo espiritual2, incorruptível e imperecível na consumação dos séculos3.
1- Jo. 5: 24; 2- Rm. 6: 8-9; 3- I Co. 15: 51-53

A Igreja

Igreja de Deus é constituída de crentes salvos ligados pelo Espírito Santo formando um corpo1 do qual Cristo é a cabeça2. O fundamento da Igreja é a confissão de fé em Jesus Cristo como o unigênito Filho de Deus3.
1- I Co. 12: 13; 2- Cl. 1: 18; 3- Mt. 16: 18.

Seu Caráter

Cremos que a igreja local é uma congregação de crentes batizados numa relação de aliança, para culto a Deus, amizade e serviço mútuos, praticando e proclamando convicções comuns, enquanto cresce na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo1. Cremos no sacerdócio de todos os crentes e procuramos trabalhar juntos para um testemunho mais efetivo2.
1- At. 2: 41-47; 2- Ap. 1:6.

Sua Origem

Do ponto de vista histórico ela surge como autêntica obra da autoria de Cristo1, pela fundação do ministério apostólico2 dado por Jesus a seus discípulos, seguido da grande comissão3. Depois da ascensão de Cristo e com o derramamento do Espírito Santo os seus discípulos começaram a se reunir em grupos fraternais4 para pregar e ensinar o evangelho, e treinar outros para serem discípulos, diáconos, e presbíteros para a execução dos serviços religiosos e a evangelização mundial.
1- Mt. 16: 18; 2- Lc. 6: 12-13; 3- Mt. 28: 18-20; 4- At. 2: 44.

Seu Governo

Vemos o sistema democrático participativo como o sistema bíblico de governo eclesiástico. A própria igreja local por meio de seus membros é a responsável pela eleição e ordenação de seus dirigentes que governam e administram-na espiritual e legalmente sob a orientação divina1. Todo membro deve tomar parte nas decisões na igreja local com direito ao uso da palavra e ao exercício do voto.
1- At. 6.

Seus Oficiais

A Igreja possui oficiais, que são membros da igreja local, eleitos e ordenados pela Assembléia Geral1. São divididos em dois grupos: presbíteros2 e diáconos3. Os presbíteros são os oficiais responsáveis pelos ministérios da palavra e da oração4, os diáconos são responsáveis pelo serviço cotidiano5.
Cremos que Deus dá os oficiais da Igreja6: Missionários, Pregadores, Evangelistas e Pastores professores, portanto, os seus ministérios não são títulos nem cargos. Os ministérios são dons dados soberanamente pela graça de Deus, para o ensino, a edificação, o consolo e o governo da Igreja7.
É dever dos oficiais instruir e preparar outros homens idôneos para servir futuramente no ministério8. É exigido do oficial que ele seja, homem de boa reputação9.
1- At. 14: 23; 2- ITm. 3: 1-7; 3- ITm. 3: 8-13; 4- At. 6: 4 e T. 5: 14; 5- At. 6: 1-3; 6- Ef. 4: 11; 7- Rm12: 6-8; 8- IITm. 2: 2 e Tt. 1: 5; 9- Tt. 1: 6-9.

Ordenação feminina

Quanto à ordenação feminina: Cremos que não é bíblica a prática da ordenação, nomeação ou eleição de mulheres para o ofício pastoral da igreja local1.
Fica reservado paras as mulheres as atividades diaconais2, o ensino das crianças e das mulheres mais jovens3; e a oração4.
1- ICo. 14: 34-37 e ITm. 2: 11-14; 2- ITm. 3: 8-13; 3- Tt. 2: 3-4; 4- At. 1: 14.

Suas Ordenanças

O Batismo1 e a Ceia do Senhor2, as duas ordenanças deixadas por Jesus à igreja, são símbolos da redenção, mas sua observância envolve realidades espirituais na experiência cristã. Tanto o Batismo quanto a Ceia do Senhor não são sacramentos indispensáveis à salvação, mas apenas seus símbolos.
1- Mc 16: 16; 2- I Co. 11: 17: 34.

Batismo nas Águas

Cremos que o Batismo nas Águas em publica profissão de fé é o sinal do crente confessando Jesus diante dos homens1. O batismo do crente é um ato único e intransferível de fé2. Ele não produz salvação, apenas expressa a obediência do crente a ordenança do seu Senhor.
O batismo feito por imersão em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo3, é o símbolo da morte para o pecado e novidade de vida em Cristo4. Deve ser feito em conjunto da profissão de fé apenas por aqueles que estão conscientes do arrependimento e da salvação.
1- At. 2: 41; 2- Ef. 4: 5; 3- Mt. 28: 19; 4- Cl. 2: 12.

Ceia do Senhor

A Ceia do Senhor é o memorial da paixão e morte do Senhor Jesus1. É um ato simbólico desassociado da transubstanciação ou consubstanciação.
O pão e o vinho representam o corpo e o sangue de Cristo respectivamente. O pão nos lembra de sua palavra, o verdadeiro alimento espiritual do crente2. O vinho nos lembra da aliança de Deus feita no sangue Jesus3.
A frequência com que deve ser celebrada a Ceia do Senhor, não está declarada nas Escrituras, por isso fica a critério de cada igreja local. Cremos que deva ser praticada com regular frequência.
1- Mt. 26: 26-30; 2- Mt. 4:4; 3- Hb. 9: 14-15.

Batismo com o Espírito Santo

Batismo com o Espírito Santo1 é o mesmo que conversão ou o novo nascimento2. Todo crente em Jesus recebe o Espírito Santo no momento em que confessa a Cristo como seu único Senhor e suficiente Salvador pessoal3. Ele não é uma segunda iniciação, nem segunda benção e não está ligado ao recebimento de dons, mas a salvação4.
1- Lc. 3: 16; 2- Jo. 3: 3-9 3- Ef. 1: 13; 4- Ef. 4:30.

Os Dons Espirituais

Os Dons Espirituais são instrumentos pelos quais Deus traz edificação pessoal e consolação à Igreja1. São distribuídos pelo Espírito Santo, conforme a sua soberana vontade2. É dever de cada cristão buscar com esmero os melhores dons espirituais3, exercitando-os com ordem e disciplina4, no amor e no temor de Deus5.
Cremos na continuação da manifestação dos dons espirituais de forma pura e exata. Na sua funcionalidade, na sua utilidade e nos seus resultados práticos, cuja operação está totalmente desassociada de adivinhações, agouros, feitiçarias e práticas religiosas censuradas pelas Escrituras.
1- I Co. 14: 12; 2- I Co. 12: 7 3- I Co. 12: 31; 4- I Co. 14: 26-40; 5- Rm. 12: 5-10.

O Culto

O culto a Deus é a expressão maior da fé e da piedade cristã. É tanto um dever, quanto um privilégio. Sua prática pode ser pessoal ou coletiva, congregacional e também doméstica.
O culto deve ser racional e coerente com a natureza de Deus na sua santidade1. É uma experiência, portanto, de adoração e confissão que se expressa com temor e modéstia. O culto não é apenas um ritual, mas o relacionamento com o Deus verdadeiro. Não é meramente um serviço religioso, mas é a comunhão com Deus na realidade do louvor, na pureza do amor e na beleza da santidade.
O culto torna-se expressivo quando combinadas, a ordem e a decência2, com a inspiração divina, o anúncio do evangelho e atuação do Espírito Santo. O resultado de tal será uma consciência mais profunda da santidade, majestade e graça de Deus3.
Quanto a sua pratica, o programa do culto deve ser adequado aos fins de cada reunião. Recomenda-se respeito aos horários anunciados na programação da igreja. Quanto aos dias de culto, a igreja tem liberdade ampla para determiná-los, a bem da membresia, preocupando-se não só com a quantidade, mas muito mais com a qualidade.
1- Rm. 12: 1-2; 2- I Co. 14: 40; 3- Hb. 10: 25-27

Mordomia Cristã

A mordomia cristã é o uso, sob a orientação divina, da vida, dos talentos, do tempo e dos bens materiais, na proclamação do Evangelho e na prática respectiva. Ela é baseada no reconhecimento de que tudo o que temos e somos vem de Deus1.
A responsabilidade da mordomia aplica-se, não somente ao cristão como indivíduo, mas, também, a igreja local na sua coletividade. Aquilo que é confiado à igreja não deve ser entesourado nem gasto de forma egoísta, mas empregado a serviço da humanidade e para a glória de Deus2.
1- I Cr. 29: 10-14; 2- II Co. 9: 12.

Contribuição e ofertório

O cristão pode e deve contribuir ativamente com seus bens para a manutenção e sustento da igreja1 e de seus ministros2, além da realização de seus objetivos e o avanço da propaganda do Evangelho no mundo.
As doações de bens pessoais é um ato de fé e devem ser realizado de forma voluntária e liberal, livre de coibição, promessas e chantagem3.
1- II Co. 9: 6-12; 2- Gl. 6: 6; 3- Rm. 12: 8

Descanso e Dia do Senhor

Entendemos que o primeiro dia da semana é o Dia do Senhor e o dia do descanso cristão satisfazendo plenamente a exigência divina e a necessidade humana de um dia em sete para o repouso.
Segundo a tradição apostólica e os relatos bíblicos do Novo Testamento, o domingo é o dia em que nosso Senhor ressuscitou1 e é também o dia em que o Espírito Santo foi derramado2, razão pela qual foi o principal dia de reuniões entre os primeiros cristãos3, por isso o consagramos a propósitos piedosos, como oração, estudo bíblico, culto e adoração, com a abstenção do trabalho secular quer privado quer público, a exceção daquele que seja imprescindível e indispensável à vida da comunidade, devendo nesse caso ser adotado outro dia para o descanso pessoal4. É nosso principal dia de reunião com propósito de culto. É também a preparação para aquele repouso que resta ao povo de Deus.
1- Jo. 20:1; 2- At.2: 1-4 3- I Co. 16: 2; 4- Rm. 14: 5.

Educação Cristã e Discipulado

A aprendizagem cristã tem início na entrega da vida à direção de Cristo. Desenvolve-se à proporção que a pessoa tem comunhão com Cristo e obedece aos seus ensinamentos. O discípulo aprende a verdade em Cristo somente se obedecê-la. Essa submissão demanda a entrega das ambições e anseios particulares e a obediência à vontade de Deus. A obediência que levou Cristo à cruz demanda de cada discípulo que tome a sua própria cruz e siga-o.
O levar a cruz ou negar-se a si mesmo, se manifesta de várias formas na vida do discípulo1, sendo que este buscará primeiro o reino de Deus e a sua justiça2, sua fidelidade maior será a Deus3, ele será fiel em executar o mandamento Bíblico.
O ensino e treinamento são essenciais para o discípulo de Jesus desempenhar sua comissão. Eles são indispensáveis ao progresso do caráter cristão4. Devem começar no nascimento do homem e continuar através de toda sua vida.
É dever dos pais e da igreja, divinamente orientados fazê-lo e compõem o caminho da maturidade cristã. Devemos treinar pessoas idôneas para que expandam o Reino de Deus através da proclamação do Evangelho5.
1- Mt. 16: 24; 2- Mt. 6: 33; 3- At. 5: 29 4- Hb. 6: 1-3; 5- II Tm. 2: 2.

Evangelização

Jesus Cristo comissionou os seus discípulos a proclamarem o Evangelho, fazendo discípulos em todas as nações, batizando-os e ensinando-os à observância de tudo aquilo que Ele ordenou1.  Nós somos chamados para sermos testemunhas2 fieis de Cristo para todo o mundo através de palavras e de obras.
Somos contra a prática de proselitismo3, entre batistas, presbiterianos, pentecostais e outros grupos protestantes (históricos ou tardios), mas nosso principal foco é alcançar aquelas almas que estão no engano religioso, na heresia ou total desconhecimento da verdade da graça de Deus.
1- Mt. 28: 20; 2- At. 1:8; 3- Rm. 15: 20.


Parte V – USOS E COSTUMES

Definição

Entende-se por usos e costumes, o conjunto de conhecimentos populares e hábitos que distinguem os grupos sociais.
Considerados como temas culturais, cremos que tais hábitos não podem causar reprovação ao crente desde que consonantes à Bíblia.
Cuidamos para que essas atitudes não causem um zelo excessivo que ocupe mais a vida cristã do que a doutrina bíblica.

As Saudações

As mais usuais são: Graça e Paz, e a Paz do Senhor. Não há indicação bíblica particular.

Prática de Esportes e Lazer

É evidente que a prática esportiva contribui para o desenvolvimento físico, psíquico e social, propiciando ao indivíduo descarregar suas tensões, livrando-o do stress e da depressão, males que são tão comuns em nossos dias além de prevenir outras doenças causadas pelo sedentarismo.
O cuidado com a saúde é requisito para aqueles que desejam servir a Deus por mais tempo. Devemos lembrar que para se evitar os vícios, a primeira recomendação é a prática de lazer e esporte.
Recomendamos um cuidado especial no lazer, no que diz respeito aos jogos de azar e apostas, televisão em excesso e o uso dos computadores, especialmente quanto às probabilidades pornográficas da internet e jogos eletrônicos que infundam violência, ocultismo e sensualidade.
Sobre as artes marciais, não temos nenhuma objeção às de intuito desportivo olímpico ou profissional. Os intuitos de combate pessoal devem ser rejeitados, pois são contrários aos princípios cristãos. Também recomendamos que se evitassem os atributos das artes marciais que são ligados às filosofias e religiões.
Quanto à música, ao cinema e as artes seculares, deve haver critério, moderação e separação entre o que é santo e o que é profano, entre o que nos aproxima de Deus e o que nos afasta dele, preferindo sempre cultivar a música e as artes cristãs.

Bebida Alcoólica e Tabaco

O alcoolismo e o narcotismo é uma das maiores mazelas da sociedade brasileira atual e a causa de inúmeras perdas em acidentes de trânsito, crimes passionais e violência doméstica. Também o contexto cultural brasileiro entende que o cristão não faz uso de álcool e tabaco, muito menos de narcóticos.
A Igreja Batista Plenitude de Jaú aconselha seus membros à abstinência do álcool e do tabaco, considerando que, muito embora a bíblia não seja contra o consumo moderado de bebida alcoólica, nem possua mandamento especifico quanto ao fumo, essa é a maneira mais segura de se evitar os malefícios causados pelo seu consumo, tais como a embriaguez e a degradação da saúde, que são uma violação clara aos mandamentos bíblicos.
Compreendemos que tais vícios são também doenças e, portanto tratáveis, logo é dever de cada um reconhecer a necessidade de buscar pela libertação, cura e o abandono de tais hábitos. Nós estimulamos que os irmãos que possuam vícios procurem tratamento médico adequado junto aos profissionais de saúde competentes.
Quanto ao batismo das pessoas que possuam vícios cremos que cada indivíduo tem a liberdade de escolha a se batizar por fé. Os casos pertinentes serão julgados soberanamente pela membresia da igreja mediante pedido pessoal do candidato a batismo.

Concubinato, Divórcio e Novo Casamento

Não fazemos restrição ao divórcio, observando os textos bíblicos próprios. Entendemos que o divórcio é tolerado por Deus nas situações previstas, quais sejam, adultério e abandono do lar em razão da fé.
Quanto ao novo casamento, entende-se também ser tolerado por Deus para aqueles que sofreram o agravo no processo de separação.
No caso de divórcio a igreja só celebrará um segundo casamento da parte ofendida.
Será tolerado o concubinato apenas daqueles que o contraírem antes do exercício da fé, seguindo-se sempre a procura pela formalização e legitimação do casamento.
O concubinato e o segundo casamento poderão impedir o membro de receber ordenação diaconal ou pastoral, e também de exercer funções junto a Diretoria Executiva da igreja, exceto pelo segundo casamento em caso de viuvez. Cada caso deverá ser deliberado dentro de seu contexto e razões particulares.

Apresentação Pessoal

Consideramos que o uso de adornos pessoais deve ser feito com sobriedade, domínio, modéstia, bom senso, decência, simplicidade e sem finalidades ostensivas em si mesmas.
Devem ser uma forma de expressar com singeleza os elementos da nossa cultura e da alegria saudável do viver cristão, pois entendemos que o próprio Deus demonstrou, através da criação, um apurado senso estético e seu gosto pela beleza.
Somos contrários ao uso autoritário de imposições quanto ao vestuário. Este assunto deve ser tratado nos níveis do indivíduo, da família e da igreja, dentro das orientações bíblicas, aplicadas ao contexto sociocultural.
O princípio bíblico neotestamentário quanto à vestimenta e indumentária é de que cada cristão deve apresentar-se sóbrio, modesto e moderado, compreendendo que a sensualidade e a ostentação são posturas inconvenientes, tanto para as mulheres, quanto para os homens.
O cristão é o templo do Espírito Santo e deve glorificar a Deus com seu corpo, cultivando hábitos saudáveis de higiene pessoal e limpeza.
Cada cristão é mordomo de si mesmo, dotado de liberdade e responsabilidade pela administração de todas as áreas de sua vida. O verdadeiro cristão valoriza o cultivo de valores morais e espirituais interiores, em detrimento dos valores exteriores.
Não utilizamos indumentárias litúrgicas cristãs (estolas, batinas, colarinho, etc.), nem judaicas (quipá, talit, tefilin, filactérios, etc.).

Tatuagem e Body-Piercing

Quanto às tatuagens e ao uso de Body-piercings o Novo Testamento não traz determinação específica, por isso não o impedimos, mas consideramos que o seu uso excessivo pode destoar de um caráter cristão moderado.
Deve-se ter especial cuidado e critério quando da decisão ao seu uso, principalmente daqueles procedimentos de difícil reversão.
É indispensável a aprovação dos pais quando for pretendido fazê-lo por jovens e senso de maturidade quando por adultos para não serem motivados por vão modismo, mas conservarem a moderação e sobriedade de que nos adverte a Escritura.

Símbolos e Tipologia

Utilizamos habitualmente o “Peixe” que é um dos mais primitivos símbolos cristãos em alusão ao acrônimo grego ICTHYS (Iesous Christos Theou Yios Soter), traduzido como: Jesus Cristo Filho de Deus e Salvador.
Também aceitamos que a “Cruz” é um símbolo universal da cristandade, por isso não censuramos seu uso e aplicação em roupas, pingentes, adesivos, etc. quando esta está vazia.
Recomendamos cuidado para que não se façam desses símbolos e de quaisquer outros, ídolos ou ícones de veneração, mas apenas uma linguagem não verbal que expresse a presença da nossa fé.
Não adotamos os símbolos do judaísmo, tais como o candelabro, a arca, bandeira de Irael e a estrela de Davi e não associamos os tais à fé cristã.


Parte VI – CONSIDERAÇÕES FINAIS

É muito importante que esses assuntos sejam conhecidos de todos os membros da Igreja Batista Plenitude de Jaú e que sejam debatidos, estudados e observados para o bem da obra de Deus em nossa igreja.
Que Deus, em sua infinita misericórdia auxilie cada um de nós a executar com esmero o dever cristão, buscando a edificação pessoal e o consolo mútuo constantemente à luz das Sagradas Escrituras. Amém.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário